Mesmo com a pandemia, internet das coisas cresce no mercado doméstico

Foi na virada do século que o termo “internet das coisas” começou a ganhar corpo, com alguns exemplos de IoT nos laboratórios dos fabricantes de eletrodomésticos. Algum tempo depois surgiram, por exemplo, equipamentos como a geladeira que fazia pedidos diretamente ao supermercado quando o leite acabava e acessava o Twitter. O produto foi lançado pela Samsung na IFA 2011, a feira internacional de tecnologia que acontece anualmente em Berlim, e, obviamente, causou grande expectativa entre os consumidores, mas que logo se frustraram ao saber que levaria um bom tempo para ter esses benefícios em suas cozinhas.

“O tempo passou e a IoT doméstica já é uma realidade em muitos lares espalhados pelo planeta, principalmente nos países desenvolvidos”, explica Samir Vani, country manager da Mediatek, fabricante global de processadores para equipamentos como smartphones, tablets, TVs digitais e soluções para internet das coisas (IoT).
Segundo um estudo da IDC, as vendas mundiais dos chamados smart home devices (dispositivos inteligentes para áreas como entretenimento, segurança e assistentes pessoais, entre outras) atingiram 800 milhões de unidades em 2020, mesmo com o planeta em pandemia, superando o ano de 2019 em 4,5%. E para 2025, a expectativa é de que esse número anual chegue a 1,4 bilhão de equipamentos vendidos.

No Brasil, um país com 211 milhões de habitantes, a situação de grande desigualdade social limita o mercado consumidor de tecnologia. Ter um eletrodoméstico inteligente não é para qualquer um. De acordo com a PNAD de 2019, dos quase 70 milhões de domicílios no país, apenas 9 milhões contam com renda familiar mensal acima de R$ 9 mil – ou seja, menos de 13% das famílias brasileiras têm recursos suficientes para adquirir, por exemplo, uma geladeira inteligente (equipamento que chega a custar cerca de R$ 25.000).

Porém, mesmo com todos os desafios, a IoT chegou aos lares dos consumidores, inclusive no Brasil. Muitos não se deram conta de que hoje suas casas são diferentes do que eram alguns anos atrás. Um exemplo: o primeiro item a ganhar espaço foi a Smart TV conectada à internet, que permitiu o maior uso dos serviços de streaming, cada vez mais acessíveis, à medida que o ecossistema cresceu e evoluiu e os preços se reduziram.

Hoje, as TVs com telas grandes e conectividade são o objeto do desejo dos brasileiros que querem um televisor novo. Segundo um estudo da consultoria GFK, houve aumento de mais de 40% nas vendas de Smart TVs com 55 polegadas ou mais no ano passado. E agora algumas dessas TVs começam a ganhar funções adicionais e funcionam como hub de automação da casa. Fazendo com que os smartphones ganhem aliados na função de controlar seus equipamentos em uma casa.

E outros dispositivos de internet das coisas conquistaram espaço nos lares. Um exemplo: atualmente é possível adquirir um dispositivo Echo (aparelho fabricado pela Amazon e que recebe comandos por voz para realizar várias funções como controlar a iluminação, lembrar da hora de tomar o remédio ou tocar a música preferida de seu proprietário) por cerca de R$ 350. De repente, uma família de classe média brasileira passou a ter em casa uma Smart TV, um aspirador de pó autônomo, uma máquina de lavar que indica a quantidade ideal de sabão em pó etc. Ou seja, ela já está cercada de IoT por todos os lados.

O volume de aplicações para a internet das coisas não para de crescer. A Delta Dental, líder em seguros odontológicos nos Estados Unidos, por exemplo, passou a oferecer a seus clientes uma escova de dentes inteligente que transmite informações sobre a saúde bucal do usuário. Já a Peloton, fabricante norte-americana de equipamentos de ginástica para o uso em casa adquiriu este ano três empresas especializadas em inteligência artificial e internet das coisas para turbinar seus equipamentos fitness com recursos como comandos de voz e sensores que monitoram a saúde dos clientes. E nessa área já há IoT em bicicletas ergométricas, simuladores de remo, massageadores e em vários outros itens relacionados à saúde e ao bem-estar, cada um com seu ecossistema e seu aplicativo para celular.

“A tendência é que os chips e a conexão à internet cheguem a um número cada vez maior de equipamentos domésticos, conectando, capturando informações e tornando mais inteligentes desde um simples alarme de incêndio ao medidor de água ou luz de sua casa”, explica Samir Vani, country manager da Mediatek no Brasil.

Fonte: terra.com.br


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